01 agosto, 2010

o gp da alemanha

Como é possível notar, depois que uma semana ainda não havia comentado o polêmico GP da Alemanha, marcado pela manobra da equipe Ferrari que fez Felipe Massa abrir mão de uma vitória quase certa em nome de um "bem maior".

A despeito da revolta do pós-corrida, uma rápida reflexão faz lembrar que historicamente sempre foi assim que as coisas funcionaram na Ferrari. Seja com Massa, Barrichello ou até mesmo Gilles Villeneuve, os italianos nunca tiveram pudores em determinar um primeiro e um segundo piloto para sua escuderia, lembrando a todos que os sujeitos atrás do volante defendem a história do cavallino rampante, e não seus próprios traseiros. Assim foi feito por 60 anos. Achar que algumas regras sólidas e estabelecidas devem ser ignoradas apenas porque naquele momento elas não são de seu interesse, no mínimo, é uma tremenda infantilidade.

Isso, claro, quando se pensa racionalmente. Mas daí entram outros argumentos.

Até porque o personagem do outro carro era Fernando Alonso, o mesmo da ultrapassagem na entrada dos boxes na Turquia, da batida proposital de Nelsinho Piquet em Cingapura '08 e do escabroso caso de espionagem da McLaren sobre a Ferrari em '07. Um sujeito talentoso que costuma sair rigorosamente ileso de todas as canalhices que comete, coisa que nem Schumacher em seus piores dias conseguiu fazer.

Patriotadas à parte, a manobra, a manobra toda incomoda por seu contexto, mas não por legalidade - coisa completamente diferente de moralidade, nota-se. Mesmo dentro das regras, ver um piloto abrindo caminho para outro é incomodo em qualquer situação.

Mas se a própria vida não é justa, porque a Formula 1 deveria ser?

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