Provavelmente todos os fãs de automobilismo se lembram da estreia de Mark Webber na F1. O australiano fez seu debute em casa, na abertura da temporada de 2002, que aconteceu no circuito de Albert Park e sabe-se lá como levou seu humilde Minardi à quinta colocação. Para delírio do público local logo depois da cerimônia "oficial" da entrega dos troféus Webber foi levado ao pódio e pode comemorar seu feito com a torcida. Quase ninguém se lembra de quem ganhou a corrida, fez a pole ou a melhor volta. É dele a grande memória da corrida.
Webber ganharia hoje se não fosse a cagada homérica de Vettel que o tirou da corrida na 45ª volta numa atrapalhada tentativa de ultrapassagem. O australiano liderava a prova quando o alemãozinho, que vinha em segundo, o tentou ultrapassar, jogando seu carro contra o companheiro de equipe. Dica: em qualquer situação, isso jamais daria certo. Os dois bateram, Vettel ficou e Webber foi, depois de parar nos boxes para trocar o bico de seu bólido.
Está claro que o desempenho de Webber tem feito mal para a cabeça de Vettel, que chegou a chamar o autraliano de "louco" depois do acidente. Apesar de atualmente ter o melhor carro da F1, crises internas são uma excelente maneira de se perder um campeonato.
A vitória caiu no colo de Hamilton, mas não foi fácil. Atacado por seu companheiro de equipe Button, a batalha pela liderança dos dois pilotos da McLaren foi digna de lembrar embates históricos como Villeneuve e Pironi - único momento verdadeiramente interessante da F1 dos anos 70 e estandarte dos saudosistas idiotas que insistem no mantra de que "antigamente a F1 era melhor". Os dois fizeram quase um volta inteira lado a lado, demonstrando enorme habilidade e incríveis quantidades de sangue frio. Coisa linda de se ver.
Depois de sua batida, Webber foi o terceiro.
Schumacher foi o quarto. Depois de um início tímido, o alemãozão mostra que está entrando nos eixos e que está próximo de conquistar seu primeiro pódio do pós-aponsentadoria. Sinceramente, não ficaria nem um pouco chateado se a Globo tocasse o tema da vitória caso ele conseguisse abocanhar uma vitória.
Os carros da Renault absolutamente são lobos em pele de cordeiro. No começo do ano ninguém daria uma pataca pelo desempenho dos carrinhos franceses e pelo menos hoje eles andaram na frente até mesmo da Ferrari. Kubica chegou em sexto e Petrov marcou a melhor volta, depois de segurar o tão falado Fernando Alonso por quase meia prova.
Já a Ferrari... Ah, a Ferrari. Massa chegou em sétimo e Alonso em oitavo, discretamente confirmando os boatos de que seus carros efetivamente estavam na pista. Atrás da Red Bull, McLaren, Mercedes e Renault (nesta ordem), atualmente a escuderia italiana é a quinta força do grid, uma péssima notícia para o lucrativo negócio de vender bonés, bandeirinhas e perucas pelos circuitos do mundo.
Ah, só pra constar: a corrida foi um porre.
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