17 maio, 2010

o gp de mônaco

Ao interpretar as regras da F1 de maneira especialmente particular e ultrapassar Fernando Alonso na última curva do GP de Mônaco no momento em que o carro de segurança voltava para os boxes por conta de um acidente envolvendo os pangarés Jarno Trulli e Karun Chandok, Michael Schumacher não pensava nos pontos ou em necessariamente conquistar uma melhor posição na corrida. Claramente sua intenção era passar um recado. Naquele momento especial o alemão de 41 anos que neste momento é visto com uma espécie de re-estreante, mesmo com 91 vitórias e 7 títulos mundiais nas costas, olhou dentro dos olhos de todo o público e especialmente para seu arqui-rival Fernando Alonso e disse que havia voltado. E, principalmente, que era o mesmo.

Schumacher sempre foi um baita casca-grossa. Aliás, Senna também foi, mas esse tipo de coisa foi esquecida com sua canonização pública cá para estes cantos. O alemão ganhou corridas e títulos às custas de jogadas lá não muito limpas para cima de concorrentes e companheiros de equipe, como diversas memórias envolvendo Damon Hill, Jacques e Rubens Barrichello podem facilmente atestar.

Colocar o carro de lado e receber a bandeirada à frente de seu maior rival dentro das pistas foi apenas uma molecagem, uma provocação. Ser punido ou não é menos importante do que o ato em si. A coisa é que o alemão está de volta.

-Durante a transmissão Galvão Bueno afirmou que "Mansell tinha muito mais talento que Webber". Sou um dos maiores fãs brasileiros do Mansell, e não poderia discordar mais. O Leão era um bufão que fazia uma quantidade impressionante de bobagens, enquanto Webber é um piloto que tem demonstrado um raro valor nesta temporada. Não é qualquer um que marca 50 pontos em sete dias e pula da oitava posição para a liderança do campeonato. E é sério candidato ao título.

-Vettel parece ser o único que pode enfrentar Webber por conta de um simples detalhe: ele também está sentado num Red Bull. Se a lógica prevalecer - e nem sempre ela está aí cumprindo seu papel - as próximas provas deverão ser um passeio dos bólidos da marca de energéticos. A taça tem de tudo para ficar com um deles.

-Kubica é o cara certo no carro errado. Pela habilidade que está demonstrando em seu humilde Reanult, mostra que tem os ingredientes certos - habilidade, talento e, principalmente, cabeça - para ser campeão no dia que tiver um carro decente.

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