Uma prova chata, decidida na primeira curva.
Vettel e Alonso são os melhores pilotos da atual geração da F1 e únicos verdadeiros candidatos ao título de 2012. À bandeirada do GP do Brasil, um deles erguerá a taça de campeão mundial de F1 pela terceira vez. E nenhum deles é digno de tal honraria. Aos fatos:
-Por melhores que sejam, nem Alonso nem Vettel tem cacife para entrar num clube já habitado por lendas como Senna, Piquet, Lauda, Brabham e Stewart (e Prost e Fangio e Schumacher). Ser um campeão do mundo é um feito para poucos. Estar no clube dos tricampeões é ter um lugar de honra no olimpo dos pilotos da F1. E nenhum deles ainda está realmente pronto para isso.
-Alonso não tem sua prima donna, aquela corrida para entrar para a história. Vettel, sim: o GP da Itália de 2008, vencido a bordo de uma Toro Rosso debaixo de chuva. Senna tem suas obras-primas (GP do Japão 88 / Europa 93), Schumacher (Espanha 96), Piquet (Jerez 87 / Austrália 91).
-Alonso teve que se reinventar para tentar conquistar o terceiro título. Batalhou, como Schumacher fez há 16 anos. Já as coisas para Vettel aconteceram dentro de uma mesma casa. Tudo fácil demais, sem maiores sofrimentos.
-Ainda que Vettel tenha contabilizado uma vitória pela Toro Rosso, nenhum deles fez muita coisa com carros medianos (a Ferrari desse ano não é um carro mediano, desculpem). Senna disputou um título com os McLaren de 92 e 93. Schumacher fez o mesmo com o Ferrari de 96.
-Os dois não sabem desenvolver seus carros. Nos dois títulos de Alonso, pela Renault em 2005 e 2006, o espanhol venceu com um carro que começou bem a temporada e acabou despencando pelas tabelas. Na Ferrari, ainda que este ano o carro tenha registrado uma evolução durante a temporada, o mérito é da equipe de engenharia. Já toda evolução dos carros de Vettel é creditada apenas ao engenheiro-superstar Adrian Newey.
Seja lá quem seja o vencedor, o título de 2012 estará em boas mãos. Ambos são talentosos e os melhores da atual geração. Mas historicamente falando, não vejo a vitória de nenhum dos dois como algo positivo. Eles poderão ter três títulos. Mas ainda não serão verdadeiros multicampeões.
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