31 agosto, 2012

crítica de um filme que não vi

Sylvester Stallone chegou à fama em 1976 graças ao sucesso estrondoso de seu eterno Rocky, história escrita pelo próprio ator de uma Cinderella que espanca seu príncipe encantado por 12 rounds para conquistar um local especial no imaginário masculino.

Foi o primeiro filme de uma série verdadeiramente especial sobre um guerreiro sem sua guerra. Enredo e lições simples, pontuadas com doses de sentimentalismo e sensibilidade que existem dentro de todo coração, por mais peludo que seja. A luta e a revanche com Apollo Creed, a luta sob o abalo da morte do treinador Mickey, a árdua batalha com Ivan Drago, o encantamento e decepção com Tommy Gun e sua miraculosa volta contra Mason Dixon. Histórias de superação, lições sobre autoconhecimento, superação de medos. Tudo está lá.

A simplicidade sentível-brucutu-tocante também está em Rambo (sobre assuntos que eu, um pobre tupinambá jamais conseguirei atingir à plenitude). E em outros filmes, que conquistaram mais ou menos fama por motivos adversos.

Depois de diminuir seu ritmo de trabalho em meados dos anos 90, Sly voltou nos anos 2000 com novas sequências de Rocky e Rambo, mas deixou a cereja do bolo para o final. Os Mercenários.


Como artista, um gigante. Mas Stallone encarnou o imaginário adolescente como a figura de um valentão quando gastava seus argumentos artísticos em dramalhões desnecessários como Copland, por exemplo.

Foi então que resolveu usar todo sua sensibilidade artística para voltar à simplicidade dos velhos tempos. E, sendo um artista sensível como poucos, conseguiu compreender a aparente falta de sensibilidade que esperavam dele ao reunir uma fina nata dos atores de ação. Estranho? Não.

A aparente falta de enredo, a aparente falta de história, as excessivas cenas de ação. Não se deixem enganar. É tudo proposital.

Com Rocky, contou uma das mais belas histórias. Com os Mercenários, se desenha como uma caricatura de si mesmo para mostrar ao cinema de ação quem ele tem de melhor. Um show grandioso em que nada importa além de seus próprios protagonistas.

Se isso não é ser um artista, não sei o que pode ser.

Um comentário:

GG disse...

vc ainda não viu este filme né? porque se tivesse visto acho que já teria deletado o post..