Naolise Holoham, editor assistente da GPMag, primeiro pergunta se Fernando Alonso é o maior piloto de todos os tempos para em seguida responder que sim, o espanhol é o deus supremo do Olimpo do automobilismo. Tal declaração aconteceu na edição 162 da revista.
Nem fodendo, amigão.
Fernando talvez seja o melhor desta geração, o que certamente já é um feito e tanto. Mas está longe, muito longe, de poder colocar seus pés no top 10 que já passou pela categoria. Alonso, melhor que Senna, Schumacher, Clark, Prost, Stewart, Lauda, Villeneuve, Piquet (e Fittipaldi, e Hunt, e Moss, e Fangio e quiçá Vettel) e tantos outros?
Mas nem fodendo amigão.
Claro, opinião é opinião, e a liberdade de concordar e discordar delas é o que nos faz feliz. Mas incomoda essa amnésia seletiva que os jornalistas especializados em F1 costumam apresentar. E pra dizer que isso é implicância com Alonso, digo que já havia reclamado disso em 2007.
Já li que Jacques Villeneuve era o melhor de todos os tempos. Já li que Montoya era o melhor de todos os tempos. Já li que Hakkinen, Hamilton e Massa poderiam ser os melhores de todos os tempos. E definitivamente nenhum deles é o melhor de todos os tempos.
Não é raro que os jornalistas de F1 façam declarações exageradas sobre os atributos de um carro, piloto ou engenheiro depois de uma sequência de boas provas. Mas o esquisito é que eles simplesmente se esquecem do que falaram antes ao fazer uma nova declaração exagerada.
Como? No início de 2012 o carro da Ferrari era um fiasco sem tamanho, uma carroça inominável que seria uma vergonha vermelha pelo resto dos tempos. O carro melhorou. Assunto esquecido. Em 2007, Hamilton surgiu conquistando bons resultados e imediatamente foi catapultado como grande fenômeno da história do automobilismo.
E então Alonso vira o melhor de todos os tempos.
De todos os tempos, presta a atenção.
Nada contra o espanhol. Mentira. Tudo contra o espanhol, mas eu reconheço que ele é um excelente piloto. Como já falei, provavelmente o melhor dessa geração, mas aí taxá-lo como melhor de sempre é um pouco demais. Aliás, classificar alguém como melhor de todos os tempos enquanto ele está em atividade é no mínimo arriscado. Até porque um dia vai surgir um outro moleque aí e essa conversa vai começar tudo de novo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário